sábado, 29 de abril de 2017

Pedaço

Voltei ao passado outro dia com lembranças da minha adolescência.
Tentei colocar-me no lugar dos adolescentes de hoje em dia... Com seus medos e expectativas.
Sim... Eu chorava mais do que ria... Pensei em sumir, fugir, morrer várias vezes... Nada era pouco.
Tudo intenso, demorado para mim, rápido para o mundo:
- "Nossa como você cresceu!!!"
E era assim... O mundo estava todo ao meu alcance... Se resumia na minha rotina... Colégio, academia, casa, estudo.
Eu não saía muito e cada saída era um evento. 
Eu lia... E viajava no mundo dos livros, lá eu estava protegida, podia fechar e pronto! Acabava a história.
Era uma menina calma, explodindo por dentro mas, eu preferi esperar, crescer e amadurecer.
Um tema atual me preocupa muito, o suicídio entre adolescentes.
Fui abençoada com dois filhos numa família falante e debatedora.
Somos diferentes, pensantes e gostamos de expor nossos pontos de vista.
Esta liberdade me permitiu ir um puco mais fundo com minha filha que fará em breve 16 anos.
Em uma conversa recente sobre a série Thirteen Reasons Why ela expôs-me um outro lado, mais humano, mais real.
Eu comecei questionando sobre o que acontece na série... Se acontece de verdade e a resposta foi sim, dentro de intensidades e quantidades diferentes... Gelei!
A calma só veio quando percebi como ela viu tudo isso, sob uma ótica muito humana em avaliar os dois lados.
Infelizmente existem muitas famílias desestruturadas criam filhos com uma desordem tal, que a mente jovem, que está se formando, não tem referências e nem segurança para fazer escolhas boas e consequentes.
Minha menina me deu uma aula e isso me tranquilizou... Sou amante da liberdade mas, tenho rédeas curtas na hora de orientar e permitir certas situações que acredito não fazer parte ainda do universo adolescente.
Um aperto no peito cada vez que sei de um caso de suicídio... São gritos silenciosos e precisam da ajuda da família, da escola, dos psicólogos... De nós!!!!
Sim... Não podemos nos omitir ao presenciar algo, mesmo que o filho não seja nosso.
Mais amor e compreensão!

(Juliana Priori)